Marcos Breda o Pelópidas de "Caras e Bocas" fala da sua carreira de ator

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Com poucos minutos de conversa com o ator Marcos Breda (o Pelópidas da novela "Caras e Bocas"), dá para perceber que o ator é completamente apaixonado pela sua profissão. Fundamentado pela junção de estudos teóricos e conhecimento prático, o discurso de Marcos é de quem leva a sério o seu trabalho. Exatamente por este motivo, se torna ainda mais curioso, o fato de que sua relação com as Artes Cênicas tenha sido iniciada tão tarde e de uma maneira bem casual.

"Foi uma coisa louca. Interpretar foi a única coisa na minha vida que eu não escolhi fazer", confirma o ator, que até os 15 anos, nunca havia assistido uma peça de teatro.

Afeito às matérias exatas na época de estudante, e um curioso por engrenagens de bicicletas, motos e carros, ele acreditava que teria um futuro em alguma área técnica. "Prestei vestibular para Engenharia Mecânica e cursei a faculdade por quatro anos. Larguei no quarto ano, para desespero do meu pai", recorda. No meio dos estudos, resolveu trocar de especialidade, começando a se dedicar à Engenharia de Minas. "Um dos meus melhores amigos era geólogo. Eu achava legais aquelas pedrinhas e pensei que aquilo era uma onda. Adolescente biruta, né?", brinca Marcos sempre bem humorado.

Mas antes, ele já começava a se aproximar do palco. Após ver uma apresentação do grupo Asdrúbal Trouxe o Trombone (onde reunia artistas como Regina Casé e Hamilton Vaz Pereira), o ator teve um encanto com o teatro. "Eu tinha 18 anos. Foi a primeira vez que tive um êxtase na platéia, como público. Pensei, 'teatro é muito legal'. Mas nunca tinha pensado nisso como profissão", afirma.

Tempo depois, o desvio natural na carreira de Marcos aconteceu, por uma junção de fatores: uma certa desilusão em relação à sua faculdade, juntou-se a determinação do gaúcho em conquistar uma amiga. Como uma etapa do processo de flerte, ele aceitou ir ao ensaio da peça teatral, na qual a amiga estava participando, uma montagem de "Marat/Sade", escrita pelo alemão Peter Weiss. "Fiquei fascinado com aquela atmosfera e quis ir de novo no dia seguinte. Passei uma semana indo lá, todos os dias. Não ganhei a menina, mas fiquei fissurado por aquela ideia", O ator se diverte, sendo que, de tanto acompanhar os ensaios, diretor acabou chamado Marcos para fazer papel de figurante, interpretando um dos internos do hospício, onde se passa a ação.

Com quase 30 anos de carreira, tendo uma lista extensa de trabalhos, Marcos começõu na televisão estreiaando na minissérie "O Tempo e O Vento", baseada em "O Continente", primeira parte da obra literária de Érico Verissimo. A hercúlea proposta de tradução, sendo uma única produção televisiva de apenas um mês, os cerca de 150 anos de história abordados no livro, a minissérie iniciou as comemorações dos 20 anos da rede Globo, no ano de 1985.

"Foi muito bom por ser baseado em um livro do Érico e também porque foi quando eu comecei a aprender o que era a linguagem de tevê", relembra. Em seguida, o ator se mudou para a cidade de São Paulo, com o objetivo de tentar a sorte em um teste para a versão do best-seller "Feliz Ano Velho", lançado por Marcelo Rubens Paiva em 1982. Acabou ganhando o papel do protagonista Mário. "Era a maior produção cinematográfica do ano, com um elenco que pertencia a um universo que eu mal vislumbrava", analiza ele, citando nomes como o de "Marco Nanini", "Eva Wilma" e "Malu Mader", atores renomados do público.

Passado um ano, Marcos recebeu um convite da extinta rede Manchete para fazer parte do elenco da novela "Helena" (exibida em 1987). Desde então, foi alternando trabalhos em cinco emissoras (além de rede Globo e Manchete, também esteve nos quadros do SBT, da antiga rede Record e, recentemente, da Band).

"Aprendi a fazer tevê com estruturas diferentes, desde produções com muita grana até aquelas com nenhum dinheiro. Quando vejo um colega reclamando que o café está frio, penso 'você não sabe o que é trabalhar em condições adversas'", conclui ele, que além de ter destaques como nos papeis das novelas da Globo "Mandala", "Que Rei Sou Eu?" e "Vamp", aponta o serial killer da Band, Baltazar Guimarães, de "Paixões Proibidas", como seu melhor papel na emissora. Para quem deseja iniciar na instável vida de artista cênico, o ator contribui com um conselho. "O mais importante é conseguir nutrir uma noção de autoestima que independa do aplauso e da vaia externa. Você não pode ficar se sentindo só porque estão te aplaudindo, nem entrar em depressão porque estão te vaiando", finaliza.


Fonte: Pop Tevê
Resumo de Novelas.net (16/11/09)

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